Lesão do tendão do quadricípede
O que é?
Este tendão trabalha com os músculos da face anterior da coxa, o quadricípede, e confere força à perna.
A sua rotura é mais comum em pessoas de meia-idade e naquelas que praticam desportos que envolvem corrida ou saltos.
Estas roturas podem ser parciais ou completas. Neste último caso, ocorre importante incapacidade e o joelho não se consegue endireitar quando o quadricípede se contrai.
As roturas deste tendão são mais comuns depois dos 40 anos, existindo um pico de incidência entre os 60 e os 70 anos de idade. Os homens são afetados 4 a 8 vezes mais do que mulheres.
Trata-se de um tendão extraordinariamente forte e resistente à rotura, pelo que a sua lesão implica um trauma muito violento.
Sintomas
Esta rotura associa-se a uma sensação de “rasgão” ou tipo “clique” seguidos de dor e inchaço.
Pode ser perceptível uma zona deprimida no local da rótula onde o tendão se insere, formação de hematoma e dificuldade na marcha.
O joelho parece estar deslocado para baixo e não é possível esticar a perna.
Causas
Esta rotura ocorre quando uma carga pesada é aplicada sobre a perna com o pé assente no solo e o joelho parcialmente fletido. Outras possíveis causas são as quedas, cortes e a aplicação de uma força direta na região frontal do joelho.
A fraqueza do tendão torna mais provável a sua rotura. Essa fraqueza pode derivar de um processo de tendinite, comum em atletas que exigem muito desse tendão (salto, corrida).
Também ocorre fraqueza do tendão nas doenças que afetam o fluxo sanguíneo muscular e ligamentar, como a doença renal crónica, o hiperparatiroidismo, a gota, as leucemias, artrite reumatóide, lúpus eritematoso, diabetes, doenças metabólicas, infecções.
A presença de uma rotura de ambos os tendões do quadricípede é fortemente sugestiva da co-existência de uma doença sistémica.
O uso de corticóides enfraquece tanto os músculos como os tendões e as fluoroquinolonas (classe de antibióticos) também se associam à lesão do tendão do quadricípede.
Outros fatores possíveis são uma imobilização prolongada, que implica perda de força e de flexibilidade e a realização de cirurgias anteriores ao joelho.
Diagnóstico
A história clínica e o exame médico são essenciais e são complementados pela radiografia e pela ressonância magnética.
Tratamentos
O tratamento depende do tipo e da extensão da lesão, do nível de atividade do paciente e da idade.
As roturas parciais e pequenas respondem bem ao tratamento conservador, com recurso à imobilização durante 3 a 6 semanas e à fisioterapia para recuperação da força e mobilidade.
Os medicamentos anti-inflamatórios são também importantes.
A cirurgia pode ser importante em algumas roturas parciais associadas a degenerescência do tendão, sobretudo em pessoas mais ativas. A cirurgia é igualmente importante nas roturas totais e permite a reinserção do tendão na rótula.
Essa cirurgia deve ser realizada precocemente para impedir a formação de tecido cicatricial e o encurtamento do tendão.
A recuperação após a cirurgia requer o controlo da dor com anti-inflamatórios, gelo e imobilização.
A fisioterapia será essencial na recuperação da força e da mobilidade.
A recuperação completa demora em média 4 a 6 meses.
Prevenção
A prevenção das lesões deste tendão passa por evitar correr em superfícies muito duras, evitar escalar ou saltar, fazer alongamentos dos joelhos antes e depois do exercício bem como um adequado aquecimento prévio ao exercício.